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quarta-feira, 16 de julho de 2008

História inédita da Jornada Mundial da Juventude

ROMA, terça-feira, 15 de julho de 2008 (ZENIT.org).- Quando em 1983 pensou-se em convocar uma Jornada Mundial da Juventude, no Vaticano isso parecia uma idéia descabida, impossível de se realizar. Hoje, como demonstra Sydney, o evento converteu-se em um dos acontecimentos evangelizadores mais importantes para a Igreja.

O cardeal Paul Josef Cordes, hoje presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», naquele momento vice-presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, narrou a história inédita da Jornada Mundial da Juventude, ao se celebrarem os 25 anos do Centro Internacional Juvenil San Lorenzo, dependente da Santa Sé, em 15 de março passado.

A idéia de criar a Jornada Mundial da Juventude nasceu no Ano Santo extraordinário 1983/84. A cidade eterna foi invadida por associações, sociedades, irmandades e grupos de todos os tipos. Um dos voluntários do Centro Internacional Juvenil San Lorenzo (criado por João Paulo II há 25 anos), pe. Massimo Camisasca, de «Comunhão e Libertação», perguntou: «Por que, neste Ano Santo, não fazemos também um encontro internacional da juventude?». Respondi: «A idéia é interessante; mas quem poderá organizar este evento?». Parecia-me evidente que um assunto semelhante excedia completamente as possibilidades do Conselho Pontifício para os Leigos. E que teria podido consegui-lo apenas com a condição de que se empenhassem na idéia todas as novas iniciativas espirituais que colaboravam no Centro.
Nós os reunimos e fomos capazes de arrancar-lhes sua disponibilidade, contra o parecer de alguns dentre os dirigentes mais velhos, que, devido a suas péssimas experiências em uma reunião análoga celebrada no Ano Santo de 1975, suscitaram muitas reservas. Mas - graças a Deus - os céticos não conseguiram apagar a serenidade e o necessário impulso juvenil dos demais.

Quanto mais se aproximava a primeira Jornada da Juventude, tanto mais forte se manifestavam as resistências externas. De algumas dioceses que havíamos convidado, chegavam comentários críticos, como: «Não é competência do Vaticano ocupar-se de nossos jovens». O prefeito (comunista) de Roma cancelou de última hora autorizações já concedidas, de maneira que não foi possível preparar o previsto acampamento no parque Pineta Sacchetti de Roma nem instalar ali os alojamentos designados. Aos ecologistas se associaram jornalistas para dar o alarme sobre a imediata devastação de jardins e áreas públicas da cidade. Apareceram artigos de jornal com títulos do tipo «Chegam os Hunos».
E, contudo, apesar de nossa total inexperiência quanto a megareuniões desse tipo, e a pesar dos obstáculos, o grande encontro foi um êxito triunfal. Algo assim como trezentos mil jovens acolheram o convite do Papa e no Domingo de Ramos participaram da eucaristia na Praça de São Pedro. A massa de estrangeiros era muito superior à esperada, e contudo se desenvolveu de modo tão ordenado e exemplar que assombrou o mundo inteiro. O nonagenário cardeal decano Carlo Confalonieri, que havia acompanhado algumas fases da festa juvenil do terraço da basílica vaticana, observou: «Nem sequer os romanos mais velhos podem recordar algo semelhante».

No Conselho para os Leigos desgastamos até a última de nossas forças físicas. Durante meio ano não tivemos em mente outra coisa que não fosse a Jornada da Juventude. Havíamos deixado todo o resto de lado. Acreditamos nela e quisemos organizá-la com todas as nossas forças; de fato, havíamos pagado nossa dívida com a juventude mundial. Evidentemente, o Papa João Paulo II pensava de outro modo. Pouco antes das férias veraneias, ele nos disse: «O ano próximo foi proclamado pela ONU o Ano da Juventude. Não seria o caso de convidar novamente a Roma a juventude do mundo?».

Ao ouvir a proposta, é compreensível que nosso entusiasmo fosse muito contido. Restava muito pouco tempo para os preparativos, já que a pausa das férias com os dois meses de interrupção estava às portas, e a data a fixar seria de novo o Domingo de Ramos. Sem dizer que não podíamos mais uma vez, durante meio ano, pretender o empenho de grupos do Centro Juvenil para uma nova JMJ. Por outro lado, devíamos dizer sim ao Papa, sobretudo porque é o Papa, e logo porque havíamos visto em primeira pessoa que a primeira Jornada da Juventude tinha marcado um grande impulso de fé para muitíssimos jovens. Nossa boa disposição à obediência encontrou logo um eco inesperado, que nos tirou muitas preocupações: Chiara Lubich, a fundadora dos Focolares, pôs à nossa disposição todas as forças de seu movimento, de modo que pudemos nos apoiar em uma organização já montada.

Pela segunda vez, a participação dos jovens foi oceânica: na liturgia de encerramento diante da basílica de Latrão se contaram cerca de duzentas e cinqüenta mil pessoas. No Conselho para os Leigos tínhamos querido encerrar por um pouco o capítulo «juventude», mas nos incumbiam muitas outras obrigações. Na Segunda-Feira Santa, ao limite da extenuação, escapei para a Alemanha para poder finalmente dormir e recuperar-me um pouco do cansaço. No Domingo de Páscoa acompanhei a transmissão televisiva da liturgia na Praça de São Pedro. A homilia do então jovem Papa me entusiasmou. Mas uma passagem me irritou: com muitíssima energia o Papa disse esta frase: «Encontrei-me no domingo passado com centenas de milhares de jovens e tenho impressa na alma a imagem festiva de seu entusiasmo. Desejando que esta maravilhosa experiência possa repetir-se nos anos futuros, dando origem à Jornada Mundial da Juventude no Domingo de Ramos...». O Santo Padre havia tomado gosto e havia instaurado uma prática nova na Igreja Católica.

Assim começou a celebração da Jornada da Juventude, que tocou diferentes países do planeta, alternando reuniões internacionais com as realizadas nas igrejas locais. Inaugurou-a Buenos Aires, na Argentina. Seguiram Espanha, Estados Unidos, Europa e Ásia. De especial destaque foram o encontro de Paris e o de Roma, este durante o Ano Santo de 2000. O cume numérico foi nas Filipinas, onde se reuniram cerca de quatro milhões de pessoas na festa. Os meios de comunicação estiveram de acordo em comentar que a família dos povos não havia assistido nunca a um evento no qual houvesse participado - voluntariamente com grandíssima alegria - uma multidão tão grande de pessoas.

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